Alunos do curso de Direito da Faculdade de Jussara (FAJ) realizaram uma viagem acadêmica a Pirenópolis, sob a supervisão do professor Me. Victor Henrique Fernandes e Oliveira. A atividade buscou aproximar direito, patrimônio cultural e memória negra, promovendo reflexões a partir de visitas a pontos históricos e naturais da cidade.
O grupo iniciou o percurso na Praça Coronel Chico de Sá, onde existiu a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, erguida pela Irmandade dos Pretos e demolida em 1944. A ausência desse espaço, hoje substituído por um coreto em área turística, foi usada como exemplo das memórias silenciadas na construção da narrativa oficial sobre o patrimônio.
Na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, construída no século XVIII, os estudantes conheceram a importância arquitetônica do templo e observaram o altar-mor proveniente da antiga igreja dos Pretos. Também refletiram sobre o incêndio de 2002, que destruiu parte do interior da Matriz e deu origem a processos de restauração baseados em registros históricos.
A programação incluiu ainda uma visita ao IPHAN, onde a responsável Eliza Borges de Castro explicou o papel do tombamento e destacou a necessidade de diálogo com a comunidade. Foram apresentados como exemplos de bens protegidos o centro histórico de Pirenópolis, a Fazenda Babilônia e a própria Matriz.
O roteiro se encerrou na Cachoeira da Usina Velha, espaço formado a partir das ruínas de uma antiga barragem, que uniu o contato com o cerrado a discussões sobre patrimônio natural e cultural.
Para o professor Victor, a atividade mostrou que aprender vai além das salas de aula: passa pelo reconhecimento das vozes esquecidas, pela valorização do patrimônio como construção coletiva e pela reflexão crítica sobre as ausências que marcam a memória nacional.
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